terça-feira, 11 de agosto de 2009

UMA FRIA NOITE DE DOMINGO


Era um dia de domingo quando tudo aconteceu, era noite, fazia muito frio, mas mesmo assim os traços daquele corpo seminu se mostravam inquietamente, se denunciavam, pensava eu, quantos já torturara. O eterno que se deslizava impetuosamente sobre a fonte da vida. Provocando desconcerto entre homens e outras mulheres, taxando-a de exibida, desqualificada, maldita.

Para tanto, não conseguia esquecer daquela moça com partes que tão bem se combinava, meu viver se desfazia aos poucos, minhas noites se tornavam cada vez mais escuras/claras. Um desconserto. Não que a mulher, ali a meu lado, não fosse importante, mas o Eros em mim queimara por um dia de domingo.

- Minha mulher tem me achado estranho.
- Diz, meus hábitos sexuais tem mudado muito – e que muito criativo estou.
- Ultimamente, o sorriso tem brotado muito facilmente. Prefiro não dizer com quem estou passando as noites. Mas como dizer? Voltar a comer o velho requentado, nem morto – reconheço a minha perda de noção tempo/espaço.

Não acho justo fazer de todos os dias um dia de domingo à noite. Parar no tempo, resgatar as memórias para uma falsa transa, malditos são os homens entre as mulheres - que nome daria transar com as memórias em um corpo físico? Parasita. Cientifico de mais, que tal verme? Podera ser.

Porém, também não acho justo comigo mesmo viver sem expressão das memórias, não importa se isso tem acontecido por meio de ações. Não vejo o homem sem ação das memórias, nem as memórias sem ação dos homens. Temos elementos trabalhando em conjunto para formar um todo. Mesmo que isso seja uma fria noite de domingo.

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