terça-feira, 11 de agosto de 2009

CAMADAS DE UM SONHO


Os olhos:
Viram todos os meus desassossegos refletidos em um espaço vazio, que diziam tudo ao passo, nada! Percebo em minha frente um grande corredor, me aproximo, não com passadas, não precisa, ele está passando diante de mim. Pessoas da janela me olhando, todas iguais, penso que sim. Uma grande nevoa do nada começa a cair. Engraçado, não sinto o menor frio, estou inseguro, onde isso vai parar?
Parecia estar sonhado. “A vida passando diante de meus olhos em um corredor sem fim, nebuloso, chato e monótono, pessoas da janela a me observar. Todas iguais!”. Alguém bate a porta violentamente, gritando, gritos afobados, apenas olho. Sinto meu corpo formigar, enquanto isso a porta parece falar a dor de quem bate, ouço vozes se confundido ao barulho das batidas, que nada dizem a um corpo amedrontado alem da insegurança dos movimentos, se recusando continuar.
De repente os brados da porta são silenciados, meu corpo ainda em agonia só agora se da conta do silencio, novamente reinando no quarto de iluminação mui rarefeita. Desconsertado procuro me levantar, intrigado, tomado de medo, mal consigo calçar as sandálias que foge dos dedos audaciosos. Caminho em direção a porta, me parece mais distante, cinco metros a mais que o normal. Talvez! Do quarto à porta. Senti-me em um filme de terror, onde o de repente é sempre algo assustador. Cada passada era algo decisivo, enfim, chego à porta, antes de tocá-la eu a observo como nunca, olho a fechadura e vejo minha imagem refletida, deformada. Tinha corpo delgado, braços logos de cabeça achatada, tive vontade de rir, mas, o medo amparara meu riso.
Por ora, havia me esquecido por que estava ali frente à porta olhando o corpo deformado refletido no ferrolho.
Em um profundo suspiro se percebe sedento, e incapaz de continuar sem antes tomar um copo de água, cedendo o lugar para outrora, percorre a casa em direção a cozinha, na sala uma televisão, sobre a mesa um controle enorme com números reluzentes, um sofá convidativo: - apanho o controle ligo a TV e nada que me interessasse. Se pega olhando para o controle que brilhava no escuro. Lembra-se da água, no entanto perdera a sede. Desliga a televisão. Olha para cima e vê pequenos orifícios no teto, com um olhar questionador, para tanto, filosófico, se pergunta sobre a vida, sobre Deus.
No instante que pensava é interrompido por uma memória, levando-o a porta imediatamente, sem hesitar abruptamente abre...
Acorda, acorda, acorda, e muito preguiçosamente acorda para um dia radiante.


Cleber Xavier dos Santos

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